domingo, 6 de março de 2011

Definindo-se num domingo de março.

A junção singela, precisamente contida e sem demasia, de uma porção de vazios, vontades e verdades. Complexos próprios e impróprios de uma mulher precocemente culta; oculta nos seus sentimentos abstratos, inexplicáveis. Adicionando uma porção de luzes ofuscadas, frustrações variáveis em tipos e tamanhos, uma parcela vasta de ideais, concebe a verdadeira essência do que supostamente parece ser essa criança, garota ou mulher, cujo interior sensível e repleto de uma camada saliente e viscosa de opressões, palavras não ditas, lágrimas não vertidas, assim como força e capacidade crítica, criando um ambiente de pura e irônica contradição. Seu exterior reflete o necessário e por vezes, o desnecessário. Suavemente vibrante e eloqüente, carrega a vida no ventre, uma bela anfitriã ao receber os males e tristezas, capaz ainda de fazer poesia com seus malefícios.
Tem a ousadia de atravessar o estado, entrar no elevador e apertar o número do teu andar; visto que não valeria apena, recuaria no ato de apertar a campainha, e faria o trajeto de volta, vazia. 
Presa na responsabilidade de ser um paradigma que é a realidade do ser feminino, faz jus ao teu sexo, aplicando pontos de interrogação em mentes alheias. 
Por fim, é poeta, mas não sabe amar.