domingo, 9 de janeiro de 2011

Aprendendo a "desamar".

Desde pequena aprendi que na vida, para saber engoli-la e seguir em frente, é estabelecendo metas, inventando felicidades, não tendo apego demasiado por gente. Apega-te a animais, é mais saudável – por este motivo tenho quatro gatos e uma tartaruga. Mas não viva sem sonhos. Se não possui, molde um e peite-o, apenas para acordar de manhã e ver que teu dia não vai ser em vão. Aquele papo todo de ter uma razão para viver (além do fato de sermos obrigados a tal), mas nunca sendo essa razão, um alguém. Tem de ser alguma coisa; dinheiro, carro, uma estrela, viver por que gosta de ver a lua a brilhar, pelo suco de laranja que toma pelas manhãs ou por aquele CD do Beatles que você tem de ouvir todas as noites. Se acordar algum dia e tomar conta de que teu cérebro inconseqüente raciocinou a conclusão iníqua que você vive por alguém, e mesmo sabendo bem no fundo da tua alma estupidamente sensível e incoerente que é obscura ilusão, mas mesmo assim você sorri ou leva a mão à testa, indignado. Eu te digo: corra! Corra para fora de tua casa, de teu apartamento, do teu loft alugado e vá até uma loja de grife e estoure o teu cartão de crédito do limite mais alto como se não existisse aquele monstro de sete cabeças chamado fatura ou aquele futuro mais próximo rotulado como amanhã. E vá ao bar, entrega tua carteira ao garçom e diga ele para trazer tudo o que te faça criar vergonha na cara. Provavelmente ele perguntará “De que tipo precisa?” você responde “Que prove a mim mesma que a base da minha existência é um CD do Beatles” ele vai sorrir para você. Acredite em mim, eles são bons em amnésias. Logo após a ressaca e um café bem forte, ligue para uma agência de viagens caríssima e agende a tua ida a França o mais rápido possível. Ar francês vai purificá-lo. Ao chegar lá mudará o nome e pintará o cabelo, reverá sua personalidade e usara roupas vermelhas, o propósito é investir no estilo “Carmen Sandiego”. O resto fica por tua conta.

Mas... Se por uma peça do destino, esse qual o objetivo é fazer nascer arquitetos diplomados em nossa já difícil vida para desenhar e preparar a construção de muralhas em nosso caminho, esse plano não der certo: sente-se, respire, ligue o acondicionado, tome uma dose de whisky – não exagere nos cubos de gelo. Agora pode gritar histérico e entrar em pânico: o vírus chamado “amor” te armou uma cilada e vai destruir tua vida.

Um comentário:

  1. As vezes eu penso igual. Até demais.
    Realmente, você não pode se prender a alguém, ninguém deve. Afinal, se prender alguém, acaba que soando literalmente. Seria como se você acorrentasse-se a outro, e quando houvesse uma queda, inevitavelmente, voc~e iria junto. Para os românticos, seria uma beleza. Paras os pragmáticos, uma merda.
    Apegar-se a quem não pode demonstrar afeto da maneira que muitas vezes necessitamos é uma possibilidade, mas fechar as portas para o "destino", pode ser ruim.
    Então, respire, sente e, se estiver frio, aprecie a natureza, rs.
    <3

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