Pequena Alice mais parece gente do que irracional. Mia quando faminta e protesta sua solidão. Sai pela janela e quando volta, com os olhos esbugalhados, chega falante comunicando as novidades. Pequena Alice também é exigente; não acenda a luz e atinja-a com os raios da aurora, com os olhos preguiçosos, chama sua atenção por ter lhe arrancado do seu nobre sono. Pequena Alice também gosta de lamber; lambe cá, lambe lá, suas patas, sua barriga e suas costas. Gosta também de desferir lambidas ásperas em narizes alheios e lamber os beiços em satisfação. Mas pequena Alice não é uma criaturinha amigável; quando de mau humor mostra as unhas e lhe põe medo. Porém, pequena Alice tem seus tempos floridos; quando deita perto de sua respiração e apóia as patinhas alvas bem perto, dizendo no gesto singelo “Ei, eu estou aqui com você, viu?”. E ainda por cima, pequena Alice pensa que é Lady; mimada, acha que é da realeza, e quer tudo feito conforme seus anseios reais, e até mesmo exige uma cadeira a mesa, e contente, lambe novamente os beijos por possuir tantos subordinados. Mas pequena Alice é companheira; segue-te por todo canto, inclusive no banho, e fica de vigia em seu pedestal: a privada. Pequena Alice também caça muito bem; moscas, baratas, ratos e até mesmo sombras. Pequena Alice, ou Alicia, tem dado cor a minha vida há três anos, e vai colori-la como um livrinho infantil por muitos anos a fio, se assim permitir o papai do céu dos animais.