sábado, 11 de setembro de 2010

Epístola.

A carta cheirava a pólvora. Amarelada, como quem a guardava há anos. Virgem, esperou por tempos a ter seu conteúdo revelado. Cartas gostam de ver nossas reações ao ler os fatos que são confiados. Gabriela não se maquiara para lê-la, já previa as lágrimas que derramaria. Sem luxo, usava apenas brincos pretos, presente do autor da carta.

Então silêncio. Soluço. Vertigem. Amargo gosto do desespero. Estranha sensação de vazio.

Adeus e Te amo nunca foram homogêneo.

Quem ama não parte... Quem francamente ama cria raízes ao lado da cama da pessoa amada.

Lágrimas de cristal enrugavam a carta escrita há cinco anos.
Então silêncio. Soluço. Vertigem.

Dilacerando... Dissolvendo...

Silêncio.

Dor.

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